sexta-feira, 16 de julho de 2010

Estado da Nação

Ontem realizou-se o debate do Estado da Nação na Assembleia da República. Vergonhoso é como o qualifico. Ao ver os discursos idiotas da maioria dos deputados, percebi porque é que Salazar ficou com aversão ao parlamentarismo na sua passagem pela assembleia da I República. O anti-fascismo corre-me nas veias, mas a verdade é que algo tem de mudar na nossa pseudo-democracia.

Penso que o PSD safou-se bem neste debate, José Sócrates e a bancada do PS começam a cair no ridículo. Apesar das estatísticas de alfabetização estarem inquinadas, o povo não é assim tão burro. Os números de Sócrates já não enganam ninguém, como o líder da bancada do PSD disse e bem, os discursos do primeiro-ministro são uma ofensa a quem conta os tostões para pôr o pão na mesa.

A deputada dos Verdes pediu ao primeiro-ministro para virar à esquerda. Achei muita piada, mas admiro a ambição de Heloísa Apolónia. Também acho que a única forma de preservar o Estado Social é unindo a esquerda, mas não mendigando ao PS. O Bloco de Esquerda e o Partido Comunista têm de se unir. Infelizmente isso só vai acontecer quando este país bater bem no fundo e a direita aplicar as suas políticas pornográficas, perdão neo-liberais, (o que vale é que não falta muito).

Enquanto a esquerda não se une por questões históricas (preconceitos diria eu), a direita soma pontos. Paulo Portas deixou ontem bem claro que não quer perder um lugar no poleiro. Interessante também é a forma como o PSD mudou, de um partido moribundo passou a família perfeita. Adoro estes fenómenos sociais, é lindo como o cheiro ao poder leva à paz e amor, quando os tachos estão à vista deixa de haver matéria para criticar.