terça-feira, 30 de novembro de 2010

O caloiro da luta

Realizadas que estão as eleições para a Direcção Geral e Conselho Fiscal da Associação Académica de Coimbra, é tempo para fazer um balanço. Um balanço de um caloiro, note-se:

1. O sistema
Confesso que não fiquei chocado com a forma como funcionam as eleições para a AAC, apesar de evidenciarem um estilo anti-democrático são muito mais construtivas do que aquelas a que eu assisti no Ensino Secundário, e nas quais a minha participação se resumiu a votos em branco.

2. O pior do sistema
O que mais me irritou em todo este processo eleitoral foi a falta de verdade e a banalização de preconceitos político-partidários. À primeira vista não se notavam grandes diferenças entre as várias listas, mas um olhar mais critíco e atento chegava para tirar conclusões exactas. Nem todas as listas conseguiram falar da luta estudantil sem medos e reservas, bastando a memória curta para excluir uma das listas desta faceta contestatária. A acompanhar este medo de levar os interesses dos estudantes para a rua, esteve também o, já por si só enraizado, preconceito anti-esquerdista que liga todas as posições de ruptura ao Partido Comunista e a outros movimentos de esquerda

3. A desilusão com o sistema
Não fiquei só desiludido com o esquema de angariação de votos que existe nestas eleições, fiquei sobretudo desiludido com a manipulação que todos os estudantes consentem. Votar numa lista sem reflectir sobre todos os pressupostos? Pensei que isso tinha ficado na Escola Secundária! Esperava uma discussão séria e inteligente dos problemas, nunca imaginei que uma corrente reaccionária conseguisse anestesiar toda uma academia.

4. Como contornar o sistema?
Como alguém me disse, este problema não tem solução a curto prazo. Terá de haver um movimento de apoio aos estudantes que esteja sempre presente e que de forma sistemática aponte o dedo à DG e mostre aos estudantes um caminho claro e correcto. Consciência é algo que não abunda pela cidade do conhecimento.

5. Que AAC é desejável?
Nos meus sonhos, uma Associação Académica de Coimbra tem de passar por ser o maior movimento estudantil do país. Não falo de números, falo de força. O ruído que causamos em sucessivos cortejos, ora da Latada, ora da Queima das Fitas, é esse ruído ensurdecedor que temos de passar para fora. A nossa obrigação é pedir o impossível, é abrir horizontes neste país pequenino. A AAC tem de oferecer o melhor aos estudantes, a AAC não pode fazer lucro à custa dos estudantes, a AAC tem de manter a tradição, a AAC tem de preservar as suas secções culturais e desportivas, a AAC tem de fazer muito mais e melhor.

6. E os estudantes querem mesmo uma AAC melhor?
Tenho ouvido como grande slogan da actuação da DG, algo como: "nós fomos eleitos pelos estudantes, somos os seus representantes". Esta afirmação roça o ridículo. Justificar a pobre gestão dos destinos dos estudantes com este argumento não é coincidência. A verdade é que os estudantes não querem saber da AAC, estão de costas voltadas para a mesma e preferem nem participar nos actos eleitorais. Os dirigentes associativos sabem-no mas preferem ignora-lo, afinal de contas não passa de uma maioria silenciosa, que não vota digamos.

sexta-feira, 5 de novembro de 2010

Manifestação de estudantes

No próximo dia 17 os estudantes de Coimbra rumam à capital, com o intuito de mostrarem o seu profundo desagrado, face ao ataque que também eles foram alvo, nesta vaga de austeridade levada a cabo pelo governo de José Sócrates.
Estranhamente (ou nem tanto), a Associação Académica de Coimbra não tem divulgado a sua própria iniciativa. Espera-se que os próximos dias sejam de mobilização.
A tua presença é importante!
Resolve os teus problemas, defende os teus DIREITOS!

domingo, 17 de outubro de 2010

Será que tudo faz sentido?


sábado, 16 de outubro de 2010

Controlo de qualidade

Ultimamente não vejo televisão, é deprimente e causa-me náuseas.

Os programas de entretenimento já me diziam pouco, mas a repetição de Ídolos e o surgimento de uma aberração chamada Secret Story superou as minhas piores expectativas para os canais generalistas.

Recuso-me a contribuir para as audiências destes programas, faço questão de ser menos um a cooperar com a continuidade deste lixo cultural.

Há tempos ouvi um director de programas a falar sobre este assunto. A jornalistas perguntava-lhe, "o senhor concorda com os termos do programa X?", e o indivíduo respondia, "eu não tenho de concordar com nada, tenho de garantir resultados aos meus accionistas."

Sim meus amigos, o capitalismo puro e duro chegou à comunicação. Acréscimo de transparência e isenção? Onde? Quem são os accionistas? Quais são os seus interesses?

Passando para os noticiários: estou farto de ver discursos da tanga por parte de comentadores políticos. Explorando a guerrilha de politiquice, divagam minutos a fios sobre o sexo dos anjos, sem chegarem a conclusão nenhuma. O mais grave é o teor conformista de tudo o que dizem, como se a culpa da crise fosse do povinho e como se não existessem soluções de ruptura.

Queremos bons programas de televisão. Queremos boas análises à política e à sociedade portuguesa. Queremos políticos sérios e competentes.

domingo, 10 de outubro de 2010

O "Sol" quando nasce é para todos?

Permitam-me que vos dê os bons dias...

Esta semana, o Governo anunciou que no pacote de propostas que vai incluir para o OE2011 figurará que quem recebe uma remuneração de um organismo ou empresa pública e uma pensão suportada pela Caixa Geral de Aposentações será obrigado a prescindir de um desses rendimentos.De acordo com as novas regras, os aposentados estão proibidos de exercer funções remuneradas nos serviços da administração central, local e regional, pessoas colectivas públicas e empresas públicas. Ficam abrangidos todos os tipos de actividade, todas as modalidades de contratos (ao abrigo do Código do Trabalho, inclusive) e as prestações de serviço, incluindo o exercício de funções que ocorra "no âmbito de um contrato celebrado pela entidade pública com um terceiro, nomeadamente pessoa colectiva, com o qual [o aposentado] tem relação", lê-se no diploma. No entanto, e avisem-me caso a minha surpresa seja descabida, as excepções são autorizadas pelo primeiro-ministro, tal como agora, por proposta do ministro que tutela o serviço. Se houver luz verde, a pensão é suspensa durante o exercício de funções, sendo retomada posteriormente. Esta é uma das principais alterações à lei em vigor, que permite que os funcionários públicos acumulem o salário com um terço da pensão ou o contrário.

A minha grande questão é a seguinte... Será que esta nova norma se aplicará a TODOS? Ou continuaremos a ter os "papa-reformas"? (de resto relembro-vos que a expressão "papa-reformas foi aplicada ao actual candidato à Presidência da República Manuel Alegre, quando este usufruía de uma reforma de 3219 euros como aposentado da RDP enquanto foi deputado, tendo depois requerido uma subvenção vitalícia das suas funções políticas superior a dois mil euros mensais! E agora vamos candidatar-nos à Presidência da República porque estas duas pensões acumuladas não chegam... Vamos lá ver se o "Sol" nasceu para o excelentíssimo candidato a PR!)



Certo é que, em tempo de cortes na despesa pública faz todo o sentido a medida que será proposta pelo governo quando a CGA gasta dezenas de milhar de euros em pensões a ex-deputados que na sua maioria exercem cargos públicos de outras índoles!

Como sempre, estaremos cá para assistir e avaliar a coerência do nosso Governo, mas comprometo-me perante vós que não me esquecerei destes casos e que se por ventura o "Sol" nascer apenas para alguns, o Império da Nação estará cá para os delatar!

Obrigado e bom fim-se-semana.

sábado, 9 de outubro de 2010

70 anos depois

John Lennon
When they've tortured and scared you for twenty odd years
Then they expect you to pick a career
When you can't really function you're so full of fear
A working class hero is something to be

quinta-feira, 7 de outubro de 2010

Sinal positivo

CGTP e UGT chegaram hoje a acordo para a realização de uma greve geral, no próximo dia 24 de Novembro. Relembre-se que a única greve conjunta realizada entre as duas centrais sindicais data de 1988, na altura em protesto contra um pacote de austeridade do governo de Cavaco Silva.

Quando o Governo de Portugal só governa à direita, torna-se indispensável que a esquerda se una. Tal como venho defendido desde as minhas primeiras intervenções neste espaço, a esquerda só atingirá os seus pressupostos caso convirja em torno de um movimento único. Reunir singergias significa multiplicar a força e o impacto, significa alterar o tabuleiro do jogo e obrigar as forças políticas a adaptarem-se a um novo paradigma.

Os trabalhadores têm de ter esperança e têm de acreditar na força contestatária, ora aqui está uma boa oportunidade para que isso mesmo aconteça.

Agora com tranquilidade!

Foto: Record

terça-feira, 5 de outubro de 2010

Sócrates vs Tiririca - Descubra as diferenças!

Em primeiro lugar, peço desculpa a quem nos segue por ter estado tanto tempo sem fazer qualquer post, e prometo que o farei com mais regularidade. (e também encurtarei os textos pois tive várias reclamações de leitores!!!)
Gostava de propor uma reflexão... Até que ponto não devemos seguir o conselho dos nossos irmãos brasileiros?
O palhaço Tiririca , deputado mais votado do Brasil, com 1,35 milhões de votos, terá de provar que sabe ler e escrever para evitar a anulação da sua eleição, informaram fontes judiciais à imprensa. O juiz eleitoral Aloísio Sergio Rezende Silveira aceitou uma denúncia do Ministério Público feita na semana passada de que Tiririca falsificou um documento para demonstrar que não é analfabeto, uma exigência da legislação eleitoral brasileira para todos os candidatos. "A prova técnica produzida pelo Instituto de Criminalística aponta para uma discrepância de grafias", afirma Silveira, para quem o documento apresentado pelo deputado indica um "artificialismo gráfico".
Ora bem, Sócrates falsifica documentos bem como o Tiririca (todos nós sabemos do que falo), Sócrates tem pessoas a votar nele sem se saber bem como da mesma forma que o Tiririca (a sua reeleição prova isso mesmo), Sócrates com a falta de coerência e seriedade nos seus actos e palavras é tão palhaço quanto o Tiririca porque é tal a vergonha que só dá vontade de rir.
Se alguém descobriu as diferenças (e até mesmo as físicas! Mas demito-me de meter fotos...) diga! Porque descobrir diferenças é daquele tipo de passatempo pelo qual nutro um grande carinho e confesso que o puzzle "Sócrates vs Tiririca" é o único que nunca consegui resolver!
Até breve...

quinta-feira, 30 de setembro de 2010

A luta!

A vida está a ficar dura, a luta também vai ter de endurecer!

Foi ontem anunciado um saqueamento ao país, num comunicado feito por um governo travestido. De governantes apostados no investimento em grandes obras públicas e no Estado Social, passaram a promotores de uma carga fiscal e de um corte de apoios sociais nunca vistos. José Sócrates, o engenheiro que orquestrou toda esta obra, diz tratar-se de uma inevitabilidade e garante ter adiado a medida ao máximo. Ninguém explicou ao primeiro-ministro que os mercados não esperam por calendários políticos nem por resultados de sondagens.

A esquerda tem agora de se impôr, tem de apresentar um projecto claro e esclarecedor. Não podemos correr o risco de deixar escapar os rostos descontentes para uma corrente de direita irresponsável, xenófoba e racista.

As próximas semanas vão ser recheadas de manifestações de descontentamento, mas não custa nada agitar um pouco mais... E mais... E mais!