sábado, 25 de setembro de 2010

Manda o dinheiro

Estamos em crise.

O dinheiro não é tudo, mas a sociedade de mercado que tentam construiram desde as últimas décadas, bem como a crise económica dos últimos meses, são os grandes responsáveis por uma perigosa regressão civilizacional que estamos a viver.

Em França já se expulsam ciganos (não criminosos ciganos, apenas ciganos), nos Estados Unidos da América a liberdade religiosa é posta em causa pela simples intenção de construir uma mesquita na zona do Ground Zero (local do ataque às torres gémeas), na Suécia a extrema-direita acaba de ganhar assento parlamentar.

Faltam valores: liberdade, igualdade, direito à diferença, e tantos outros.

Há quem fale numa crise da educação, já não se criam mentes criativas e reivindicativas mas sim bons profissionais. O que é um bom profissional? É um trabalhador que desempenha as suas funções com grande eficácia e exigindo pouco em troca. Em nome da competitividade económica, os salários baixam e os despedimentos são agilizados. Neste ponto devia haver um peso para equilibrar a balança, uma força chamada sindicalismo e que tem sido inultimente manipulada por partidos da extrema-esquerda.

Para além de eliminar as mentes criativas e reivindicativas, esta nova sociedade de mercado não aceita humanistas. Eles que são os responsáveis por pensar e entender os outros, são também um travão a este poder económico completamente irresponsável e demagógico. O mercado de trabalho não aceita humanistas e se eles ainda abundam no desemprego, nas escolas começam a ser cada vez menos.

Os estados sociais criados pelos humanistas de esquerda são agora postos em causa. Ao mesmo tempo que na América e África se tenta copiar o modelo social europeu, por aqui alguém pretende destrui-lo. É insustentável, dizem eles. Se o problema é esse, a solução passa por arranjar uma nova forma de financiamento, não pela sua destruição.

As respostas para o que parece óbvio (segundo eles), estão afinal encobertas. Numa altura em que o povo já tem poucos instrumentos democráticos, só um grande momento de tensão social poderá alterar o estado das coisas. Pois então, que venha ele.

1 comentário: